domingo, 4 de março de 2012

Tudo Passa .. - Parte 42


(…)
N – Vocês acham mesmo que vão resolver alguma coisa com isto? Eu logo vi que o ano estava a começar bem demais, obrigada por estragarem a festa não só a mim como aos outros. – Disse já novamente em lágrimas, saí de perto deles e subi as escadas a correr para ir para o quarto da Andreia, sabia que ela não se ia importar.

Fábio a narrar

Boa Fábio, voltaste a estragar tudo com ela em tempo record os meus parabéns! Ah mas a culpa não é só minha, o Rodrigo é que me provocou e eu não posso com ele mas isso agora não interessa porque é a segunda vez na noite que a vejo chorar e isso parte-me o coração porque é tudo o que eu menos quero.
Olhei ao redor e só estava o Duarte comigo na sala, a Andreia talvez tivesse levado aquele merda a casa. Limpei o sangue que agora escorria do nariz e dirigi-me as escadas afim de falar com a Nádia, mas o meu braço foi puxado, virei-me e era o Duarte.

D – Tens a certeza que queres ir falar com ela agora? – Perguntou cauteloso – Sabes que ela não está bem!
F – Mesmo por ela não estar bem, preciso de ir ter com ela.
D – Tudo bem mano, boa sorte. – Fizemos o nosso “toque” e subi a escadas, deparei-me com o corredor ora onde ela poderá estar? Fui andando, até que passei pelo quarto da Andreia, ouvi um soluçar e senti um aperto enorme no peito, abri a porta cautelosamente e deparei-me com ela sentada há beira da cama, agarrada aos joelhos e tal como se ouvia do lado de fora, agora ouvia-se mais nitidamente o soluçar.
Aproximei-me devagar, ela só notou a minha presença quando lhe toquei de leve nas pernas, ela levantou a cabeça para olhar quem era, e voltou a baixá-la.

F – Princesa? Podemos falar? – Disse fazendo um carinho, na perna na qual toquei. Ela levantou a cabeça, passou a costa das mãos sobre os olhos para limpar qualquer rasto de lágrimas e respirou fundo.
N – Achas que temos alguma coisa para falar? – Respondeu seca.
F – Acho que sim! Olha pedir desculpas sei que não apaga aquilo que se passou lá em baixo, mas acho que é o mais correcto. Desculpa-me  por falhar tantas vezes contigo, por aceitar as provocações do Rodrigo e perder a calma, e principalmente por te fazer chorar, desculpa! – Levantei-me com a intenção de ir embora. – E desculpa, mas eu acho que não mereço uma rapariga tão maravilhosa como tu. – Fui em direcção há porta mas algo me agarrou na mão, era ela.
N – Nunca, mas nunca mais voltes a dizer que não me mereces! – Disse quase sem voz e ainda com os olhos cravados no chão.
F – Mas é verdade Nádia, bolas tudo o que tu queres é que te façam feliz e que não te façam sofrer e eu estou a fazer isso tudo em menos de nada. Secalhar se eu não tivesse aparecido na tua vida, tu tinhas voltado a estar bem com o Rodrigo e ele não te fizesse mais sofrer como eu tenho feito.
N – Pára Fábio, pára por favor. – Agora ela já chorava mais, cheguei perto dela e dei-lhe um abraço. Depois de algum tempo, o choro dela foi sessando e ela afastou-se de mim mas colocou os braços em volta do meu pescoço e olhou-me nos olhos. – TU, sim tu fazes-me feliz não duvides disso, e sofrer faz parte acredita eu também sofri muito com o Rodrigo, e em relação há parte de chorar eu sou mesmo assim, sou fraca. E se alguém aqui que não merece o outro esse alguém, sou eu porque tu és perfeito demais , até para mim! – E sorriu, já com novamente uma lágrima a teimar em percorrer aquelas bochechas macias, mas que eu tratei de limpar antes de cair.
F – Eu amo-te tanto!
(…)